Nos dias de hoje, com o excesso de informações que circulam nas redes, é muito comum surgirem dúvidas, informações conflitantes e falsas verdades sobre qualquer assunto. Com o Krav Magá não seria diferente, e existem muitos mitos que podem confundir até mesmo os alunos mais experientes e atentos. Neste artigo, abordaremos alguns dos mitos mais comuns, e tentaremos esclarece-los melhor com fatos, documentos e fotos, que podem ser facilmente encontrados em livros e instituições de Krav Magá ao redor do mundo, em diversas línguas, de diversas fontes e autores diferentes e que narram sempre a mesma versão do fato, não sendo assim uma visão distorcida ou transformada da realidade (como aquela contada por uma única fonte e repetida por outros da mesma linhagem, que não têm acesso a informação, por uma dificuldade lingüística, ou por acreditar cegamente em tudo que é dito).
Dito isto, vamos aos mitos!
Este é um dos falsos mitos mais comuns sobre Krav Magá. A técnica foi desenvolvida para que qualquer pessoa fosse capaz de desenvolver habilidades de defesa pessoal. Segundo David Kahn (Krav Maga: An Essential Guide to the Renowned Method for Fitness and Self-Defense), o Krav Magá foi criado para que qualquer pessoa possa aprender a se defender, sem que para isso tenha grandes habilidades de luta ou treinamentos prévios. Imi Lichtenfeld (Z”L) criou o Krav Magá para que fosse aprendido em um curto espaço de tempo e ainda assim, ser eficiente. O sistema não trabalha com os tradicionais “katas” ou coreografias. Ao invés disso, a técnica se baseia no chamado “retzef”, palavra em hebraico para “movimento contínuo de combate”. Além disso, o sistema é flexível, e pode ser adaptado as necessidades e realidades de cada um. Prova disto, temos o clássico vídeo que pode ser visto no YouTube onde um cadeirante treina e aplica as técnicas de defesa aprendidas no Krav Magá.
Além disso, no Krav Magá você aprenderá a usar tudo o que estiver a seu alcance como uma arma para se proteger ou se defender, e isso inclui obviamente seu corpo! Desta forma, com uma série de exercícios simples, você aquece e prepara seu corpo para a aula, e com as combinações de movimentos, trabalha o condicionamento físico (aeróbico e anaeróbico), a força, a agilidade, a flexibilidade e o alongamento, melhorando seu preparo físico e sua saúde e deixando você em excelente forma física enquanto aprende.
Muitas pessoas cometem o erro de acreditar que Krav Magá é violento porque não conhecem a arte e viram alguns vídeos na internet, por comparação com aulas de artes marciais de outras modalidades ou porque alguma vez escolheram o lugar errado para treinar e foram instruídas por pessoas desqualificadas em suas aulas. O Krav Magá foi criado para permitir que as pessoas possam voltar vivas para casa, independentemente de gênero, idade ou força física. É uma atividade democrática, que atende a todos os tipos de público.
Se você procurar uma academia séria de Krav Magá, logo perceberá a verdade, começando pelo perfil dos alunos que frequentam as aulas. Quem está no tatame, aprendendo as técnicas, são cidadãos de bem, como você e que não querem aprender a brigar, mas sim a se defender. Eles procuram uma solução para o bullying e a violência do dia a dia e treinam na esperança de nunca precisarem usar o Krav Magá, mas para estarem prontos, caso necessário. O bom instrutor, prepara seus alunos de forma física, técnica e emocional, levando em consideração todos os aspectos envolvidos no processo, principalmente a segurança.
A função do instrutor de Krav Magá (de uma entidade séria) é ensinar técnicas de defesa pessoal, ensinando quando e como aplicá-las, desenvolvendo a autoconfiança e o autocontrole de seus alunos. Ao trabalhar o corpo como instrumento de ataque e defesa a energia é direcionada de forma sadia e construtiva. O processo de formação de instrutores adotado pela Federação Internacional de Krav Magá, por exemplo, é extremamente rigoroso, e é o mesmo criado por Imi Lichtenfeld (Z”L), o criador da modalidade, e garante a qualidade e alto nível de ensino do Krav Magá, de forma segura e consciente.
Existe um conceito mal entendido e uma crença de que você deve esperar ser atacado (contato físico) antes de poder reagir em legítima defesa. Essa afirmação é completamente falsa. O artigo 25 do Código Penal define legítima defesa como: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Desta forma, vemos que, podemos e devemos nos proteger e nos defender, mesmo antes de termos sofrido uma agressão.
Usar o Krav Magá e se defender de uma agressão ou ameaça, significa que você teve a necessidade de fazê-lo. É uma situação onde você não teve outra escolha, não teve opções de evitar, fugir ou tomar qualquer outra atitude que não fosse a de se defender.
O Krav Magá lhe dá mais opções e escolhas, e aprimora sua habilidade de tomar rapidamente a decisão correta, fazendo com que você tenha sempre as melhores e maiores chances de se proteger. Com o treinamento, você adquire auto-confiança e o conhecimento necessário para decidir, em uma situação de perigo iminente, quais as escolhas mais adequadas para se manter a salvo.
A lei existe para protege-lo, e se você é capaz de entender a diferença entre se proteger e simplesmente machucar ou ferir alguém, não se preocupe, pois ela está sempre do seu lado!
Segundo inúmeros livros de Krav Magá, de diferentes autores, escritos e publicações em diferentes épocas, incluindo aqueles que realmente treinaram e foram alunos de Imi Lichtenfeld (Z”L) (e possuem fotos e documentos comprovando tais fatos, ocorridos em cerimônias públicas com diversas testemunhas), o Krav Magá sofreu algumas adaptações e mudanças desde o momento de sua criação. Para entender melhor como e porque tudo isso aconteceu, precisamos entender os momentos da história de Imi, e os acontecimentos e etapas de cada uma dessas fases.
Imi Lichtenfeld (Z”L) se tornou instrutor chefe da parte física e combate corpo a corpo no IDF no ano de 1948. Nesta época (até 1964) – onde podemos dizer que o Krav Magá foi “criado” – a técnica e seu treinamento existiam somente no campo militar, dentro do exército, no serviço secreto “Mossad” (o Instituto para Inteligência e Operações Especiais) e na Agência de Segurança de Israel conhecida como “Shabak” ou Shin Bet (Serviço de Segurança Geral). Justamente por ser usado apenas neste contexto, o treinamento militar do Krav Magá era bastante restrito e limitado, pois deveria atender pessoas que carregam armas e equipamentos, e que tinham necessidades e rotinas bastante específicas e precisavam aprender rapidamente as técnicas durante o curto período de treinamento de que dispunham.
Já em 1964, Imi se aposentou do IDF e, pouco tempo depois, abriu suas academias para ensinar Krav Magá, em Netanya e Tel Aviv. Foi neste momento que o Krav Magá sofreu suas primeiras adaptações, pois o curriculum militar precisava ser adaptado para uma nova realidade e um novo público (os civis). Segundo Eyal Yanilov em entrevista para a Black Belt Magazine no ano de 2015, nesta época existiam algumas técnicas para cada graduação criada (faixas) e quase nenhuma teoria. Não existiam muitas conexões entre as técnicas e poucas variações. Os alunos realizavam uma soltura de enforcamento, por exemplo e depois uma série de golpes. Contra facas, eram realizadas técnicas que envolviam defesa e contra ataque, onde após ser realizada a defesa, era feita uma chave de pulso para levar o agressor ao chão e o exercício terminava. Era algo como apresentar uma solução diferente para cada problema específico.
No ano de 1974, Imi parou de ministrar aulas regulares, delegando a função de dar aulas de Krav Magá na academia em Netanya para seu aluno mais graduado: Eli Avikzar. Mesmo deixando de lado as funções como professor, Imi não deixou de ser ativo ou participar do desenvolvimento e da continuidade do Krav Magá. Em 1978, criou a “Associação de Krav Magá” com a ajuda de seus melhores alunos. Após algum tempo, e alguns fatos que não vem ao caso no momento, com a ajuda destes mesmos instrutores e mais alguns, o nome desta organização mudou para “Associação de Krav Magá Israelense” ou “Israeli Krav Maga Association” (IKMA) no ano de 1980. Nesta época, mais precisamente nos anos de 1987 e 1988, o comitê da IKMA responsável pelo trabalho técnico do Krav Magá, sob comando de Imi, formulou um novo curriculum. Foram adicionados os 5 “Dans” técnicos na faixa preta, foram adicionadas algumas técnicas novas e retiradas algumas que não eram mais relevantes ao trabalho. Neste momento, alguns dos alunos de Imi e seus instrutores escolheram se desligar da IKMA e seguir por seus próprios caminhos criando suas próprias organizações.
Uma lista, publicada pela Israeli Krav Maga Association em junho de 1988 na Martial Arts Magazine em Israel, mostrava quem eram seus principais instrutores e as escolas de Krav Magá em atividade naquela época. Os instrutores eram: Raphy Elgrissy, Haim Zut, Uri Reffaeli, Haim Gidom, Miki Assulin, Nahum Barsover, Avner Hazan, Oscar Klein, Yaron Lichtenstain, Eyal Yanilov, Shimon Harpaz, Eitan Savir e Eyal Savir. Alguns destes instrutores, inclusive, na data de publicação deste material, sequer faziam parte da IKMA, como é o caso de Eli Avikzar e os seus alunos, por exemplo.
Na mesma época, podemos encontrar documentos assinado por Imi Lichtenfeld (Z”L) e registrados em cartório, declarando todas as graduações dadas por ele aos seus alunos acima do 6º Dan. Os nomes de alguns “Mestres” de Krav Magá não chegam nem a ser mencionados em tais documentos. Além disso, todos os presentes nesta lista (Eli Avikzar, Haim Gidon, Eyal Yanilov, Haim Zut e Shayke Barak) foram graduados e certificados em cerimônias públicas, na presença de diversas pessoas como testemunhas.
Mais tarde, na década de 90, o Krav Magá sofreu mais algumas mudanças significativas, tudo isso ainda sob a liderança de Imi Lichtenfeld (Z”L). Nesta época, foi realizado o lançamento de uma versão atualizada do livro de técnicas, com mudanças que foram inseridas no método de ensino devido à compreensão de que, aquelas técnicas ou defesas, poderiam ser feitas de uma forma melhor, dentro de um sistema tático e completo.
Seria muita pretensão acreditar que somente uma pessoa tenha aprendido Krav Magá e detenha todo o conhecimento da arte para si próprio, sendo o único a conhecer e difundir tais informações. Além disso, é sempre importante lembrarmos de que o Krav Magá surgiu, na verdade, de uma combinação de movimentos de várias técnicas e artes marciais – a abordagem inicial de Imi foi a de adaptar todas as técnicas de combate que eram treinadas no exército, como por exemplo o Boxe, o Judo, Karatê e Jiu-Jitsu, para os movimentos mais naturais e instintivos do ser humano. Ao invés de dizer aos soldados o que deveria ser feito, ele começou a treinar as reações naturais do corpo, e essa foi a base do desenvolvimento e da criação do Krav Magá. É ignorância pensar que o Krav Magá foi criado a partir do nada, do vazio.
Segundo Ron Rotem (Faixa Preta 4º Dan, com mais de 30 anos de experiência, incluindo o cargo de chefe no departamento de Krav Magá do IDF – Forças de Defesa de Israel), o Krav Magá foi criado num processo que levou algumas décadas. A partir dos anos 80, o Krav Magá sofreu uma algumas mudanças significativas, tudo isso sob a liderança de Imi Lichtenfeld (Z”L), incluindo o lançamento de uma versão atualizada de seu livro de técnicas nos anos 90, como já mencionado anteriormente. Essa compreensão de que existia uma forma melhor de aplicar ou executar uma técnica específica surgiu a partir de experiências acumuladas por Imi e por seus alunos mais graduados, baseadas no trabalho realizado dentro e fora do IDF, estudos sobre defesa pessoal e outras artes marciais e também sobre anatomia humana, movimento e biomecânica.
É importante lembrar aqui, que nesta época, muitos alunos de Imi ou de seus alunos, já não treinavam mais Krav Magá ou faziam parte da IKMA porque haviam escolhido seguir um caminho de forma diferente, muitos anos atrás. Eli Avikzar, o primeiro aluno faixa preta de Imi, havia criado o Krav Magen, e Haim Zut, a “Krav Maga Federation”. Em Dezembro de 1995, Avi Moyal, Gabi Noah, Eyal Yanilov e Eli Ben-Ami estabeleceram a International Krav Maga Federation (IKMF), com o intuito de ensinar e difundir o Krav Maga fora de Israel. Quando a IKMF foi formada, todos os Diplomas e Graduações de seus instrutores foram dados e autorizados por Imi, bem como o novo curriculum de ensino do Krav Magá, e suas futuras mudanças, no ano de 1997.
Imi apoiou e incentivou a iniciativa e a formação da IKMF, pois ele acreditava que era mais importante levar o Krav Magá e ensinar as técnicas desenvolvidas até aquele momento para pessoas que precisavam dela do que atender apenas os objetivos e interesses particulares de alguns instrutores.
Carsten Draheim, em seu livro “Krav Maga: A comprehensive guide for individuals, security, law enforcement and armed forces” descreve o Krav Magá como um sistema aberto e flexível, que pode ser modificado frente as experiências diárias dos profissionais que as usam no seu dia a dia de acordo com suas reais necessidades e realidades, e também com base nos avanços dos estudos sobre anatomia e biomecânica humanas.
Porém, apesar do fato de que, em sua origem, o Krav Magá se basear em algumas técnicas de outras artes marciais, ele se diferencia de todas elas em um ponto: no Krav Magá não existem regras!
A violação de direitos autorais (denominada coloquialmente como pirataria) é o uso de obras protegidas pela lei de direitos autorais sem permissão para um uso em que essa permissão é necessária, infringindo, portanto, certos direitos exclusivos concedidos ao detentor dos direitos autorais. O detentor dos direitos autorais normalmente é o criador da obra, um editor ou outra empresa à qual os direitos autorais foram atribuídos.
Acreditamos que não seja necessário dizer que não existem quaisquer direitos autorais sobre o Krav Magá (técnica). O Dr. Fábio Toledo, especializado Pós-graduado em Direito Privado pela UFF, explica detalhadamente sobre o caso e escolha judicial na internet. De uma forma bastante resumida, na questão judicial sobre os “direitos de marca” sobre o Krav Magá, o Magistrado entendeu que conforme entendimento do próprio INPI, órgão responsável pelo registro de marcas e patentes, que embora tenha acontecido o registro da marca “KRAV-MAGÁ”, a expressão nada mais é que uma “luta pessoal”, e portanto, embora a Lei venha proteger a marca, estaríamos diante de um técnica de “Defesa Pessoal”. Realizar o registro de uma marca, com a intenção de criar-se um direito autoral, seria o mesmo que registrar o “Boxe”, por exemplo. Conforme podemos verificar na leitura dos fundamentos da sentença, a marca “KRAV-MAGÁ” teria sido a principio registrada na classificação de “objeto de estética pessoal”. Aos que buscam entender ou ver na íntegra a decisão do Processo, ele está registrado sob o nº: 0370970-32.2009.8.19.0001
O que acontece sim, em alguns casos, é o fato de alguns instrutores, sem qualquer formação séria em Krav Magá, tempo de treino ou passado na arte marcial, utilizarem a falta de conhecimento do público geral e usam o nome para se promover. São profissionais despreparados e sem conhecimento ou bagagem técnica que utilizam, de má fé, o nome em benefício próprio. Desta forma, o correto é dizer que alguns instrutores estão mal preparados, ou não possuem um passado de Krav Magá. Muitos viajam para Israel ou outros países, fazem um seminário qualquer de alguns dias, um curso em Wingate (que é uma faculdade, e oferece diversos cursos livres de curtíssima duração) ou treinam na academia de algum Mestre, tiram uma foto com ele e dizem que eram alunos deste ou aquele Mestre de Krav Magá.
Por outro lado, dizer que todos que não fazem parte de uma determinada escola ou instituição estão “pirateando” o Krav Magá, é agir de forma desonesta, escondendo a verdade do público geral, sob a intenção de enganar o consumidor que tem menos acesso a informação em benefício próprio.
No Krav Magá, usamos movimentos baseados nos reflexos naturais do corpo para neutralizar um agressor ou ameaça. Executar técnicas ou movimentos complexos, onde precisamos lembrar centenas de “dicas” e posições contradiz completamente essa metodologia.
Considerar que a descarga de Adrenalina originada de uma ameaça ou de uma situação real de perigo pode tornar uma pessoa mais eficiente ou mais alerta é trabalhar com um conceito bastante perigoso que pode inclusive, tornar a situação ainda mais complicada. Quando alguém é exposto a situações reais de ameaças, que envolvem altos riscos (de vida inclusive), a medula adrenal produz uma cascata de hormônios, que afetam a maneira que essa pessoa pensa e age. Existe um termo que designa esse estado, chamado de “fight or flight” que pode ser traduzido como “lutar ou fugir”, que é normalmente mal interpretado sobre seu real significado. Ainda, se fosse assim, todos nós seriamos ou lutadores ou corredores, fato muito diferente da realidade, onde a maior parte das pessoas ficam totalmente “congelados” sem nenhuma reação.
Resumidamente: quando exposto ao perigo, seu corpo inicia alguns processos que o preparam para enfrentar esse perigo ou a situação à qual está exposto naquele exato momento – ocorrendo o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e do nível de glicose no sangue, bem como a diminuição das funções digestivas e o trabalho do sistema imunológico. O cérebro perde a habilidade de focar em pequenas tarefas, pois todos os processos e energia ficam centralizados para a solução do problema em questão. As veias, redirecionando o fluxo do sangue de grupos musculares menores para os lugares onde são ele é mais necessário. Basicamente, seu corpo entra em um “estado de pânico” fazendo com que as habilidades motoras finas fiquem menos refinadas. Em outras palavras, podemos dizer que o corpo se torna menos “coordenado”. Isso significa que o corpo não está necessariamente mais alerta e sua capacidade de executar movimentos ou ataques complexos, diminui.
Um dos pontos principais do Krav Magá está na sua simplicidade – aprender a neutralizar um agressor usando os reflexos naturais do corpo como base para a defesa. Qualquer um que diga algo diferente disso, não estudou anatomia e fisiologia o suficiente para interpretar corretamente as informações dos livros e estudos existentes ou ainda não aprendeu ou não entendeu o que é o Krav Magá.
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